EU HERÓI
OBS: Hoje vou
contar a historia real da minha vida. São exemplos que herdei de meus pais, sem querer me gabar, por tê-los
adquirido.
Meu pai se chamava Isaac de Aguiar.
Humilde, trabalhador, honesto e lutador. Perante a vida difícil daqueles
tempos, criou-me junto a mais outros sete filhos.
Contarei uma pequena passagem, mas
grande em minha memória, sobre o heroísmo que herdei de meu pai, em minha
juventude.
Meu pai aos seus sessenta e dois anos de
idade, possuía uma lavanderia nos fundos do hotel Itabira, à margem do rio
Itapemirim, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim - ES.
Certo dia ele ouviu uma gritaria à beira do rio e
foi pra lá constatar o que estava acontecendo.
Chegando lá, uma pessoa falou com ele: “Tem uma senhora e suas filhas se afogando ali
no rio!”. Assim, sem medir consequências, meu pai pulou um muro, de uns
dois metros de altura, e foi se atirando nas águas para salvá-las.
Ao conseguir primeiro trazer salva a lavadeira, ele
retornou para salvar suas três filhas. Voltou e buscou as meninas sãs e salvas
daquele turbulento rio.
Meu pai foi homenageado pelo Rotary clube. E naquela
época, o senador Atílio Vivácqua o homenageou na radio nacional, no programa
"Honra ao Mérito". Mas de todas essas homenagens, ficou aquela que
herdei dentro de mim.
Um belo dia, eu revivi este seu feito heroico. Não
querendo me comparar a ele. Porém relembrar um exemplo de vida que herdei. Houve
um fim de semana, em que viajei para Marataízes, cidade litorânea, que é o
principal balneário dos habitantes de Cachoeiro. Sempre passei os verões lá,
com minha família e amigos.
Chegando a Marataízes, muito cansado da semana de
trabalho, fui desfrutar com minha família, que lá me aguardava.
Já era quase meio dia, de um sábado ensolarado.
Todos nós almoçamos juntos, aquela comidinha caseira deliciosa, depois fomos
para a varanda papear. Quando vi repetir a mesma cena contada acima. Uma
gritaria na beirada da praia e assim corri pra lá pra constar o que estava
havendo.
Ao chegar,
eu avistei uma mãe desesperada gritando: “Minha filha está morrendo afogada!”.
Então, rapidamente, olhei nas quebradas das ondas, uma cabeça. Ela aparecia e
sumia. Atirei-me, de roupa e tudo, ao mar e parti nadando em sua direção.
Aproximei-me dela, via sua cabeça afundando e de
vez em quando aparecia. Numa dessas
aparições, eu consegui segurar seu pescoço e vim nadando com muita dificuldade,
pois minha calça comprida estava muito pesada.
Até certa distancia, eu não
aguentei e afundei com a moça, mas voltei pra superfície, na minha intenção de
salvá-la.
Não desisti, puxei-a pelos seus cabelos e vim
trazendo muito cansado, até a beira mar. Já na beira, algumas pessoas acabaram
me ajudando, assim, eu cai na areia de um lado e a moça desmaiada do outro.
Fomos levados para o hospital. Colocaram-me em
observação, melhorei e assim retornei, deixando aos seus cuidados a pobre moça
internada.
No dia
seguinte soube que ela tinha se recuperado e voltado pra sua casa. Depois de alguns meses, a mãe desta moça me procurou
para agradecer e me disse: “Seu moço, não
sei como te agradecer! O senhor salvou minha filha. Ela estava noiva, ia casar
em breve!”. E eu falei pra: “Foi deus
que nos salvou!”.
Salvei outras pessoas também, em outras ocasiões.
Resgatei outra moça, que estava se afogando no mesmo lugar.
Depois resgatei um
homem, mas este infelizmente faleceu, ele teve um colapso, se atirou no mar sem
saber nadar para salvar o seu filho, que também estava se afogando. O trouxe
para a praia e ao levá-lo para o hospital, este faleceu.
Contei essa minha pequena passagem para mostrar que
às vezes nós herdamos de nossos pais, estes exemplos para nossas vidas!
AUTORIA: Mario Garcia Aguiar