O TESOURO DO PIRATA DA PERNA DE PAU
Havia um pescador, que morava em uma
ilha próxima a uma pequena cidade. Vivia sozinho, porém, feliz com sua solidão. Sustentava-se por meio
de suas pescarias. Ele saia todas as manhãs, vendia os frutos de sua pesca, no
pequeno arraial e de lá mesmo trazia seus outros alimentos.
Numa destas pescarias, o pobre pescador não
conseguiu pegar nenhum peixe, porém, sem querer, acabou se distanciando muito da
costa, chegando ao alto mar. De repente, começou a ventar bastante e as nuvens
escureceram. Raios e clarões cortaram o céu, as ondas cresceram e começou uma
baita tempestade. Seu barco ficou a deriva e o mastro quebrou atingindo sua
cabeça. O pescador desmaiou e ali ficou no barco, durante toda a noite, na
tempestade que não dava trégua.
Amanheceu o dia e bastante desnorteado o pescador
acordou. A tempestade havia passado e o sol estava surgindo, ele ainda meio
tonto exclamou: “Meu Deus, o que
aconteceu comigo?”. Olhou para os lados, avistou uma grande ilha rochosa e
com muita dificuldade, foi remando até ela. Lá chegando, ancorou seu barco numa
pequenina praia, desceu, deitou embaixo de uma grande pedra e dormiu.
O pescador só acordou depois de algumas horas,
levantou-se e saiu para explorar a ilha. Ao longe, avistou uma caverna, num enorme
rochedo e decidiu ir até lá. Ao chegar à caverna escura, tomou coragem e entrou
dentro dela. Lá dentro, morcegos batiam em seu rosto, ouvia se sons misteriosos
e quanto mais ele adentrava, mais escuro o caminho ficava.
Caminhou com dificuldade, pois havia muitos
buracos. Aconteceu, porém, que o pescador caiu em um desses buracos e ao cair
bateu o braço em cima de um caixote, o qual constatou que era um baú. Com bastante dificuldade,
ele pegou o baú e o trouxe para fora da caverna. Ficou intrigado com aquele estranho
achado, que era muito pesado e tinha um grande cadeado, que o trancava.
O pescador resolveu abri-lo, para ver o que havia
dentro. Pegou uma pedra, bateu com ela no cadeado até conseguir abri-lo. A
tampa se levantou, a poeira subiu e, naquele instante, brilhos surgiram. Havia
pedras preciosas, muito ouro, muitas joias, dentro do baú.
O pobre pescador ficou deslumbrado ao ver aquela
valiosa descoberta. Fechou o baú rapidamente e o arrastou até o barco. Ao
chegar ao barco, avistou um navio de piratas perigosos se aproximando. Quando
os piratas avistaram o pobre pescador, eles gritaram: “Você está roubando o nosso tesouro! Vamos te pegar!”.
Desembarcaram rapidamente na costa, pegaram o pobre
pescador e o levaram para o navio deles. Junto ao tesouro, os piratas amarraram
o pescador. O capitão dos piratas, o qual tinha uma perna de
pau gritou para o pobre pescador: “Quando
chegarmos ao alto mar, vamos te jogar aos tubarões. Eles vão te devorar!”. E
assim, partiu a tripulação pirata. O capitão era um homem muito mau, já
conhecido nas mais terríveis profundezas do mar. Ele havia perdido a perna em uma
devastadora luta entre piratas.
Ao chegarem ao alto mar, começou outra grande
tempestade e o capitão da perna de pau estava dormindo. Todas as vezes que
dormia, o capitão tirava a perna de pau e a colocava em baixo da cama. De repente
uma onda atingiu o navio em com tanta força, a perna de pau do capitão, caiu
no mar.
Passando a tempestade, o pirata procurou a perna
embaixo da cama e não a encontrou. A forte onda havia a levado embora. O
capitão, então, começou a gritar: “Seus
piratas miseráveis, seus sujos, onde esconderam minha perna de pau? Cadê ela? Devolvam-me
agora!”.
Os outros piratas vieram correndo, com medo do
capitão e falaram: “Mestre, a tempestade
estava terrível. O mar estava muito revolto e estávamos ocupados cuidando do
barco desgovernado”. O capitão revoltado replicou: “Vocês são imprestáveis mesmo! Como não tomaram conta da minha perna!
Como a deixaram cair no mar?”.
O pescador,
ainda amarrado, gritou para o capitão: “Não fique nervoso senhor, eu
já fui marceneiro e farei outra igualzinha para o senhor!”. O capitão, dessa
forma, ordenou que soltassem o pescador, para ele fazer a perna de pau.
Os piratas haviam amarrado ao navio, o humilde barquinho
do pescador, caso precisassem escapar. Dessa forma, o pescador pediu que os
piratas fossem ao barquinho dele, pois lá tinha um pequeno mastro de madeira e
que o trouxesse para ele. Eles, então, assim procederam. O pobre pescador construiu
uma ótima perna de pau para o capitão dos piratas. Melhor até daquela em que o
capitão possuía. A perna se encaixou perfeitamente. O capitão o abraçou fraternamente
e agradeceu bastante e sem pestanejar, indagou: “Agora pescador, tu serás meu amigo. Vou te levar de volta para sua
casa!”.
O pescador
ficou muito contente. Os dois conversaram muito e em uma dessas conversas, o capitão
perguntou como ele havia chegado à enorme ilha. O pescador, então, o contou que
tinha sido Deus que havia o salvado de uma grande tempestade e o levado até
aquela ilha. Logo, o capitão pirata o perguntou: “Quem é esse Deus? Eu não o conheço”.
O pescador
respondeu: “Você deveria conhecer! DEUS é nosso pai, criador do céu e da terra.
Vou ler esta bíblia para você o conhecer melhor”. E assim, os dois passaram a
noite toda lendo. O capitão nem piscava o olho, compenetrado aos dizeres da bíblia.
O humilde pescador deu uma pausa da bíblia e começou a aconselha-lo: “Não junte tesouros econômicos, mas sim
tesouros valorosos de boas ações. De aos pobres tudo aquilo que lhe sobra e
assim, ganharás o tesouro valioso. Receberás a graça eterna”.
Amanheceu o dia, o capitão ainda deslumbrado com o
que ouviu, resolveu não ser mais malvado. De repente, apontou ao longe uma ilha e o pescador gritou: “Olha lá, aquela é a minha ilha! É lá que eu
moro!”. Por fim o capitão gritou: “Ancorem
este navio, que meu amigo vai descer!” e disse para o pescador: “Foi Deus quem te trouxe para o meu navio,
amigo. Agora aprendi a lição. Existe um Deus o qual ninguém ainda havia me
mostrado e você me mostrou. Leve este tesouro contigo e viva feliz!”.
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